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Criador do tópico

Chameleon - MEMBRO EXCLUSIVO
#930300 Jak sie masz, PUAs!

Término. Quem nunca passou por um? Dependendo de com quem você terminou e das circunstâncias em que ocorreu o término, pode ser que você fique se sentindo um bagaço humano, incapaz de tocar a vida para a frente. É como se sua vida tivesse virado um clipe para uma música do Pablo. A todo instante recebo mensagens privadas perguntando como se faz para superar o término de um relacionamento. Como recentemente passei por um, achei que seria interessante deixar registrada a minha visão sobre isso.

Quando um relacionamento sério ultrapassa um determinado tempo de duração, é normal que alteremos nossos planos de futuro e passemos a neles incluir a nossa cara-metade. De repente, aquela casa que você idealizou em sua mente passou a ser coabitada pela sua parceira e aquela sua viagem dos sonhos à Europa foi de uma aventura solitária a um inesquecível passeio romântico a dois. Independente dessa alteração de planos ser algo consciente ou inconsciente, você a faz – não tem jeito.

Nós, seres humanos, somos criaturas estranhas e contraditórias. Embora saibamos que nada dura para sempre, frequentemente esperamos que o relacionamento em que estamos atualmente inseridos (e, é claro, envolvidos de corpo e alma) seja a exceção.

Quando um relacionamento desse naipe acaba, é comum que fiquemos sem chão. É comum que sintamos uma grande instabilidade interior e soframos um rodízio emocional que alterna entre a tristeza, a raiva, a esperança, a resignação, a revolta, a melancolia, a culpa etc. Uma hora, você se sente triste e culpado por tudo que aconteceu, morrendo de vontade de voltar atrás e consertar o que fez de errado. No momento seguinte, você é dominado pela raiva e se sente um otário por ter amado e confiado em uma pessoa que simplesmente o abandonou sem dó nem piedade. Um dia, você sai com outra pessoa, dá tudo certo e até mesmo se convence de que está finalmente superando o que aconteceu. No dia seguinte, você acorda e olha para aquelas prateleiras vazias que antes eram ocupadas pelos pertences dela, não consegue conter as lágrimas e fica com uma impressão de que voltou à estaca zero, indagando a si mesmo até quando isso irá continuar. Uma série de perguntas passa a permear a sua mente.

- E os nossos planos de futuro?
- E as nossas juras de amor?
- E os nossos amigos em comum?
- E as nossas brincadeiras internas?

A sensação é a de que você está vivendo a vida sem uma parte crucial sua e todas as suas ações rotineiras ficam mecânicas e desprovidas de vigor.

Se você passou por um término e se identificou com o que escrevi, fique tranquilo – você é humano.

E quer saber de uma coisa?

Infelizmente, não temos como fugir das consequências de uma perda. Essa dor é inevitável e até mesmo necessária (pois como já disse Bernardo Stamateas em seu livro “Emoções Tóxicas”, a dor é um momento de transição entre uma realidade antiga e uma nova). Não pense você que, por ser um profissional na área de sedução, eu não passo por isso. Sou, acima de qualquer rótulo, um ser humano – e isso me torna suscetível a toda e qualquer emoção comum à nossa espécie.

O término, bem como qualquer outro tipo de perda, é como se fosse aquela formatação que precisamos ocasionalmente fazer no disco rígido de nosso computador ou celular. Todo aparelho eletrônico vem com o sistema operacional zerado e 100% funcional. Contudo, é normal que, com o tempo, ele comece a ficar sobrecarregado, lento, instável e muito complicado de utilizar. Quando isso acontece, nem sempre um aplicativo de limpeza de disco resolve e a solução é a de formatar o disco rígido (ou seja, apagar tudo que lá havia) e instalar o sistema novamente, do zero.

Você já teve de formatar o disco rígido de um computador ou celular? Se não, fique feliz – pois o processo é trabalhoso e demorado. Além de reinstalar o sistema operacional, temos de reinstalar cada aplicativo que utilizávamos e em seguida ajustar todas as preferências da máquina para que ela possa atender às nossas necessidades. Não é nada difícil encontrar uma pessoa que protele a formatação de um dispositivo eletrônico por conta do trabalho que isso dá. Esse tipo de pessoa é capaz de ficar semanas (possivelmente meses) com a produtividade comprometida/estagnada, reclamando a cada momento do mau desempenho da máquina e entretanto sem tomar atitude alguma.

O grande problema da perda afetiva é esse… Nós sabemos que o sistema está bichado e ficamos protelando a formatação. Às vezes, nós até damos início ao processo, mas logo em seguida o interrompemos (talvez pelo medo de perder dados importantes). Ficamos presos ao sistema inoperável na esperança de que ele torne a ser aquela instalação do passado, onde tudo funcionava direitinho.

E não é por aí, infelizmente. Muitas vezes, a vida se resume ao que deve ser feito, não ao que queremos fazer.
Como já diz o meu amigo Gabriel Ferreira, vulgo Faceman, a realidade é que não temos nada além da nossa experiência, conhecimento, habilidades e sabedoria. O restante, podemos perder a qualquer momento e aprender isso é um exercício de desapego. É igual à desilusão. Ela dói, mas não é negativa – pelo contrário, é positiva, pois te liberta de uma ilusão criada pela sua mente.

Por mais doloroso que seja (e acredite em mim, sei muito bem como dói), não protele e tampouco suspenda a sua formatação pessoal – até porque, a cada formatação que fazemos em nossos computadores e/ou celulares, o dispositivo melhora (pois nós aprendemos, com os problemas da instalação antiga, o que deve e o que não deve ser feito). Na vida, não poderia ser diferente e é isso que nos amadurece e nos dá sabedoria.

Viva a sua dor (pois aquilo ao qual você resiste, persiste), mas evite ficar preso ao passado e lamentando aquilo que você não mais tem. Isso é persistir em utilizar uma instalação antiga que só comprometerá o seu desempenho. Comece a viver um dia de cada vez. Eventualmente, você será capaz de olhar para trás sem sentir a dor. Lembre-se de que ser forte não é ser imune à dor, e sim senti-la e ainda assim ser capaz de agir.

Conforme Elliott Hulse muito bem postulou, você precisa se desfazer de quem você é para experimentar quem você pode vir a se tornar, e a habilidade de se desprender é uma das chaves para a verdadeira força humana.
Improvise, adapte e supere.

— Chameleon
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Supersonic

Veterano - nível 4

#930305 Jesus não casou porque mulher é o cão.

Quando pensei que tinha esquecido minha ex, no exato momento que pensava nela,
a miseravel me aparece quando eu voltava da academia, avistei ela.

Foi uma volta de emoçoes negativas automatica, me desmotivei novamente pra vida
por alguns instantes, e olha que já faz um ano do nosso termino, mas fiz a merda de
ficar com ela agora a pouco, graças a Deus que ela tava mestruada e não transamos,
se não a merda tava feita, de vez!


matheusgv

Aprendiz

#930310 Muito bom Chameleon.
Realmente é difícil superar um namoro e devemos aprender com os erros que cometemos nele.
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Liber - MEMBRO EXCLUSIVO
#930314 Bom texto.
Estou passando por um término e isso me motivou a mudar.
Meu único problema é que trabalho no mesmo local que a minha ex.
Por causa disso, sempre fico com aquele receio (e com um pouco de ansiedade) de encontrá-la quando saio da minha sala.

Alguma dica de como lidar com essa situação?
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ox-pua

Veterano - nível 4

#930321 Salve!
Um texto nunca se encaixou tão bem na situação atual!
Recetemente (1 semana), relatei aqui o término do meu namoro em função de umas mensagens bem vulgares que vi no celular dela. O que vc disse é realmente o que acontece, o fato de parecer que sao duas pessoas diferentes (a que vc amava e aque te traiu) nos faz lembrar com um grande pesar de tudo que já foi vivido e nos questionar se viveremos uma experiencia parecida novamente.
Desapegar e viver um dia por vez é a chave!

Muito obrigado mais uma vez por compartilhar sua visão e parabens pela preocupação com a escrita, muito clara e objetiva!

Forte abraço :ae
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DeadPixel

Aprendiz

#930350
Chameleon escreveu:Quando um relacionamento desse naipe acaba, é comum que fiquemos sem chão. É comum que sintamos uma grande instabilidade interior e soframos um rodízio emocional que alterna entre a tristeza, a raiva, a esperança, a resignação, a revolta, a melancolia, a culpa etc. Uma hora, você se sente triste e culpado por tudo que aconteceu, morrendo de vontade de voltar atrás e consertar o que fez de errado. No momento seguinte, você é dominado pela raiva e se sente um otário por ter amado e confiado em uma pessoa que simplesmente o abandonou sem dó nem piedade. Um dia, você sai com outra pessoa, dá tudo certo e até mesmo se convence de que está finalmente superando o que aconteceu. No dia seguinte, você acorda e olha para aquelas prateleiras vazias que antes eram ocupadas pelos pertences dela, não consegue conter as lágrimas e fica com uma impressão de que voltou à estaca zero, indagando a si mesmo até quando isso irá continuar. Uma série de perguntas passa a permear a sua mente.

- E os nossos planos de futuro?
- E as nossas juras de amor?
- E os nossos amigos em comum?
- E as nossas brincadeiras internas?

A sensação é a de que você está vivendo a vida sem uma parte crucial sua e todas as suas ações rotineiras ficam mecânicas e desprovidas de vigor.

Se você passou por um término e se identificou com o que escrevi, fique tranquilo – você é humano.


Meu amigo, esse trecho resumiu tudo o que eu estou passando faz um mês.

Estava esperando um tópico seu sobre esse assunto. Me ajudou muito. Obrigado!
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DeadPixel

Aprendiz

#930351 Essa montanha russa de sentimentos é foda.

Hoje mesmo me peguei chorando, sendo que eu estava firme durante uma semana inteira. Fico me perguntando se ela está sentindo a mesma coisa, fico me perguntando sobre nossas intimidades, brincadeiras, apelidos, tudo...
É complicado demais, 5 anos não são 5 dias.
Todel

Aprendiz

#939663 Primeiramente, Obrigado.
Concordo plenamente com o texto. Realmente é muito difícil e complicado e justamente pelos motivos citados no texto. São planos pro futuro, rotina, aquele espaço em sua vida que ela ocupava e tudo de repente se desfaz.
A tal formatação é tão necessária quanto difícil de ser realizada.
Para mim ainda um agravo, iniciante por aqui que sou, não tenho tanta facilidade de conquista. Espero, com ajuda da comunidade, melhorar nesse aspecto.
Valeu, galera!